Ontem, no mercado do Mafuá, comprando frutas e verduras, observei uma desconhecida conversando com amigos e queixando-se da perseguição da vizinhança com ela, o marido e os filhos.
A história me chamou tanto a atenção, ao ponto de me fazer largar o que estava fazendo para dar ouvidos ao que ela dizia e ouvi que o marido dela é paciente renal crônico, semanalmente submete-se a sessões de hemodiálise e há uns quinze dias, após uma delas, já em casa, não se sentiu bem e teve que ser hospitalizado.
Após o período de internação para reposição de sódio e potássio, ao retornar para casa, tomou conhecimento de que os vizinhos estavam com medo deles, pois correu o boato de que eles estavam com o covid-19 e agora não estavam pisando nem na calçada da casa dela.
Não falei nada, apenas ouvi o que foi dito e fiquei a imaginar o que é ser isolado por vizinhos de muitos anos, em bairros de baixo poder aquisitivo, onde todos se ajudam e convivem com dificuldades de toda ordem.
Analisando essa situação me veio à lembrança da falta de noção do real papel que hoje está pautando os nossos jornalistas. Será que eles têm ideia do mal que estão fazendo à população, insistindo em veicular notícia ruim, diuturnamente, apenas para buscar visibilidade? Eu mesmo lhe respondo: perderam a noção. Será que eles sabem que o que fazem é apenas causar pânico aos menos providos de conhecimento? Ou será que é esse mesmo o objetivo? Fazer terrorismo. Deixar a todos em pânico
Faz pena ver nossos telejornais atuais, nacionais e locais, onde o único tema é desgraça e quanto maior a desgraça maior a repercussão “positiva”, no entender deles. “Dá mais ibope”.