O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta segunda-feira, em coletiva no Palácio dos Bandeirantes, que a atuação da polícia de São Paulo não terá alterações após as mortes de 9 jovens na comunidade de Paraisópolis , Zona Sul de São Paulo, na madrugada deste domingo.
— A PM segue rigorosamente todos os protocolos. Isso não significa que seja infalível. Determinei que a apuração seja rigorosa e plena. Mas a política de segurança pública não vai mudar. As ações em Paraisópolis, bem como outras comunidades do estado, sejam por obediência à lei do silêncio, busca e apreensão de drogas, ou roubo de bens, vão continuar. A existência de um fato não inibirá as ações de segurança no estado de São Paulo — afirmou Doria.
O governador definiu possíveis erros da Polícia Militar no evento, a serem investigados, como “excessos circunstancialmente cometidos ali”.
— Determinei apuração rigorosa dos fatos, sobretudo daqueles que entendemos que merecem ser investigados em profundidade — afirmou.
No último dia 27 de setembro, Doria declarou que não era prioridade de sua gestão reduzir o índice de letalidade durante ações da polícia no Estado. Nesta segunda-feira, ele reafirmou essa posição.
— A letalidade [nesse caso] foi provocada por bandidos e não a polícia, tanto que o baile continuou. E ele nem deveria ter sido realizado — disse o governador.
Para o general João Camilo Pires de Campos, secretário de Segurança Pública do estado de SP, o inquérito deve investigar quem eram os organizadores do evento e também os motociclistas que, segundo a PM, iniciaram o tumulto ao atirar contra policiais que monitoravam os arredores do baile funk.
Nossa opinião
A editoria do Jornal da Cidade, ao acompanhar o desenrolar dos fatos, conclui que Dória é mais uma aberração da natureza e joga no mesmo time do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, ou seja: é assassino também.
Ao dizer que após a tragédia em Paraisópolis-SP, durante um baile funk, onde a polícia chegou para matar é somente mais uma atitude de rotina, o governador de São Paulo assinou a sentença de morte de mais pessoas que não rezarem na sua cartilha e autorizou a matança oficializada.
Há outros meios para conter os bailes funks na periferia do seu Estado que não seja pela força dos cassetetes e dos fuzis. Para tanto, basta uma cabeça pensante equilibrada ao ponto de pensar outra forma de evitar a chacina. Como estamos em um país de vagabundos políticos e de toga, tudo pode até segunda ordem.